domingo, 21 de novembro de 2010

JESUS CRISTO É O REI - Lucas 23, 35-43

A atribuição do título de "rei" a Jesus tem origem na teologia imperial davídica (primeira leitura; cf. 2Sm 7). Este título equivale ao título de messias ("messias", do hebraico, ou "cristo", do grego - significando: ungido) devido ao rito da unção dos reis em Israel. hodiscípulos diante das palavras e da prática de Jesus, as quais o distanciavam do tipo de messias poderoso e triunfante que era esperado por eles. Apesar da simplicidade de vida de Jesus, seus discípulos, formados sob a ideologia do Judaísmo, se inclinavam a ver em Jesus este tipo de messias. Por esta razão, particularmente no Evangelho de Marcos, são frequentes as repreensões de Jesus a esta visão equivocada. Não se tendo realizado o sonho messiânico aqui na terra, os discípulos marcados pela cultura e tradição do Judaísmo projetaram Jesus no céu como, finalmente, messias triunfante. Jesus Cristo é o rei celestial. Tal título foi bem acolhido a partir do momento em que os imperadores se tornaram aliados da Igreja, protegendo-a, favorecendo-a e recebendo suas bênçãos. Tendo no céu um rei, seus representantes na terra também se revestem de autoridade, pompa e poder. A atribuição do título de "rei" a Jesus fere sua natureza e sua índole, bem como rompe com o propósito da encarnação, que é assumir a condição humana em sua simplicidade, humildade e fragilidade. Jesus, "manso e humilde de coração", é aquele que peregrina convivendo com as multidões de pobres, excluídos e sofredores, e "não tem onde repousar a cabeça". Pilatos resolveu ironizar os judeus afixando à cruz de Jesus a placa com os dizeres: "Este é o rei dos judeus". Jesus, na sua fragilidade e na sua mansidão, em nada condizia com a condição de um rei, o que suscitou a ironia de Pilatos, bem como a zombaria dos soldados. A um dos crucificados que lhe pede que se lembre dele em seu "Reino", Jesus responde mencionando o "paraíso", no qual o crucificado será recebido "hoje", sem delongas escatológicas. O Deus de Jesus não é um deus de poder que destrói os inimigos em sua ira, mas o Deus de amor, Pai e Mãe, que comunica a todos sua vida divina, em Jesus (segunda leitura).

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