sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O MESTRE PURIFICA O TEMPLO - Lucas 19,45-48

Nesta ação simbólica de Jesus e em sua fala, temos a denúncia do Templo, com o seu comércio, como sendo a corrupção da expressão religiosa da presença de Deus. Os Evangelhos sinóticos situam este fato no final do ministério de Jesus, em sua visita a Jerusalém, por ocasião da festa da Páscoa dos judeus, quando ele será crucificado pelos chefes religiosos. O Evangelho de João situa a denúncia no início do ministério de Jesus (Jo 2,13-17). O Templo de Jerusalém era o núcleo do poder do Judaísmo. Este era uma teocracia que englobava os poderes religioso, econômico e político. O Templo tinha um anexo, o Tesouro, onde eram depositadas as riquezas acumuladas a partir dos diversos tributos prescritos pela Lei, conforme as interpretações rabínicas. As grandes festas religiosas na cidade contribuíam para este enriquecimento, particularmente porque cada devoto era obrigado a gastar em Jerusalém uma parte de sua renda anual. A denúncia do Templo, por parte de Jesus, visa à libertação do povo oprimido sob o jugo de uma instituição que, em nome de Deus, favorecia o enriquecimento das elites e excluía as maiorias empobrecidas. Com Jesus o Templo é a comunidade dos discípulos que oram e recebem o Espírito Santo, fazendo a vontade do Pai.

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