domingo, 20 de novembro de 2011

JESUS SE IDENTIFICA COM OS EXCLUÍDOS - Mateus 25,31-46


Em Mateus, o último discurso de Jesus encerra-se com o critério de juízo para todos os homens e as mulheres de todas as nações, independentemente de qualquer credo religioso. O conteúdo essencial da cena é denso de realismo e nos impele ao compromisso: Jesus identifica-se com os excluídos, os famintos, os sedentos, os forasteiros, os nus, os doentes, os presos... E é pelo nosso serviço amoroso a cada um destes mais fracos e pequenos que nos unimos a ele e participamos no Reino que o Pai nos preparou. São benditos do Pai e herdeiros do Reino todos aqueles que fizerem gestos concretos de solidariedade e partilha para com estes excluídos, "com fome..., com sede..., forasteiro..., nu..., doente..., na prisão..." (é repetido quatro vezes no texto). O Filho do Homem é a humanidade assumida em Jesus, Filho de Deus. No profeta Ezequiel o filho de homem é o profeta, frágil, humano, porém fiel a Deus. No tardio texto apocalíptico de Daniel, do judaísmo consolidado, o Filho do Homem (Dn 7,13 - termo expresso em aramaico, única ocorrência no Primeiro Testamento) aparece como figura celeste gloriosa. Na interpretação triunfalista, Jesus foi identificado com esta figura gloriosa. Contudo Marcos, em seu evangelho, traz o Filho do Homem de volta para o chão de nossa terra, interpretando a expressão "Filho do Homem" como indicando a humanidade assumida por Deus, na sua simplicidade e fragilidade, em Jesus de Nazaré. O seguimento de Jesus e a comunhão com Deus se faz na concretude da vida. O "Reino", do texto evangélico, é o desabrochar da Vida em nossas vidas, na prática amorosa, fraterna, libertadora e vivificante, em comunhão com nosso próximo, no qual encontramos Jesus. Na primeira leitura temos o texto de Ezequiel que inspirou a imagem de Jesus como o Bom Pastor. Na segunda leitura, de Paulo apóstolo, temos uma visão escatológica do triunfo final do Cristo, a partir da qual se originou o título de "Cristo Rei".
José Raimundo Oliva

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